terça-feira, fevereiro 2

Sonho...



Hoje tive uma noite de sonhos e acordei a divagar pelos meus pensamentos. É raro lembrar-me dos sonhos, mas este em especial ficou fixado na minha memória. Recordo-me de viajar a momentos já vividos e a situações caricatas da minha vida. 
Julgo que isto acontecerá à maioria das pessoas. Eu tenho por hábito nos meus sonhos buscar as pessoas menos prováveis, nos locais mais inimagináveis. As imagens sucedem-se, umas atrás das outras, como se de flashes se tratassem e a uma velocidade incrível.

Sonhei portanto com a minha vida, com pessoas que passaram por ela, sendo que dessas pessoas já poucas actualmente permanecem. Nestes casos, não devendo ser caso único, temos sempre a sensação de que a nossa vida poderia ter sido isto ou aquilo, mudássemos nós apenas algumas peças do puzzle. 
Eu faço muito esse exercício, sendo que os sonhos não são excepção.

Aprendi com a vida, nem sempre da melhor maneira, que nem sempre as coisas são como desejaríamos que fossem, nem são como os nossos sonhos. 
Hoje, percebo que todas as pessoas que passaram pela minha vida tiveram um papel importante e ensinaram-me algo mais. Deixei de sentir pena de com a idade e de uma forma natural, me afastar de algumas pessoas que gostava muito, que considerava como verdadeiros amigos, mas que a vida se encarregou de distanciar por este ou aquele motivo.

Haverá sempre aqueles especiais, aqueles que nem o tempo nem a distância consegue mudar e quando é preciso estão sempre lá. São poucos sim, mas são os verdadeiros.

Citanto um bonito trecho de um livro que gosto muito de  Miguel Sousa Tavares "Não te deixarei morrer David Crockett":

"E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente.
Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros.
Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram.
Não perdi nada, apenas a ilusão de que podia ser meu para sempre"

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