quinta-feira, março 27

Pirataria...


Todos nós falamos e ouvimos falar de tal fenómeno nos dias que correm. Está na ordem do dia. Mas no fundo o que é a pirataria?
A pirataria refere-se à cópia, venda ou distribuição de material sem o pagamento dos
direitos de autor. Deste modo, apropriando-se com infração à legislação que protege a propriedade artística ou intelectual.

Já muito foi dito, muito foi debatido, mas a situação tende a manter-se inalterável. A minha opinião mantém-se. Teremos aqui o famoso "pau de dois bicos"! Ou seja, enquanto por um lado, através dos downloads as pessoas conseguem cultivar-se mais em termos musicais, ter acesso a música que antigamente não era possível, conhecer novas bandas e partilhar com os amigos; por outro, perdeu-se a magia de comprar um disco e ouvi-lo do início ao fim como se uma relíquia se tratasse. Se fizermos download de um álbum está provado que não o ouvimos com tanta atenção do que se for comprado.

Hoje em dia, está temos facilidades que no passado seriam grandes obstáculos. Estou ciente que a maioria das pessoas preferiria comprar o álbum, em vez de o sacar da net. Parece-me óbvio. Mas não nos podemos esquecer que se trata de um acto ilegal. Alguém gastou muito dinheiro para produzir e gravar um álbum que nós vamos obter sem contribuir minimamente para tal. Claro que isto nos levará para outra discussão, o preço dos álbuns. É uma realidade. Os discos são muito caros. Porquê a música não é considerada cultura como os livros? Porquê o iva não é o mesmo que se aplica aos livros? Porquê as editoras não se mentalizam que se baixarem os preços, vão vender muitos mais discos, e acabam por ganhar muito mais dinheiro? Porque toda a gente prefere ter o original...o problema não são as bandas, porque não é por aí que as elas enriquecem, as bandas ganham dinheiro principalmente com os concertos ao vivo. Por isso mesmo, muitas delas hoje em dia preferem disponibilizar os álbuns online para download. Acho que acaba por ser uma atitude sensata, uma vez que deste modo conseguem atingir um maior número de público, que de outra forma se torna mais difícil.

Sei que é um tema delicado, sobre o qual não me quero alongar, mas vou deixar-vos com estes números que dão que pensar...

-Entre 2000 e 2005, o mercado de vendas de música em Portugal passou de 15.161.880 de unidades para 9.068.062. A queda do mercado representa, em termos percentuais, um decréscimo de 47,2%.

-O valor da facturação que as editoras discográficas registaram tem vindo a descer. Em 2006 e 2007 as vendas desceram para metade...e no ano corrente, tende a piorar.

Algo não está bem, digo eu...



quarta-feira, março 26

The Rakes...


A banda londrina The Rakes surge em 2004, com um dos singles mais comentados pela imprensa britânica, "22 Grand Job",um disco punk baseado em grandes bandas como os TheClash e The Stranglers.

Formado por Alan Donohoe (vocalista e guitarrista), Matthew Swinnerton (guitarrista), Jamie Hornsmith (baixo), e Lasse Petersen (bateria).

Os The Rakes tocaram algumas vezes, logo após o lançamento de "22 Grand Job", que tinha saído em versão limitada pela Trash Aesthetics, onde estavam na época, os Bloc Party e outras mais bandas. O single também foi lançado na coletânea On the Buzzes, lançada pela Fierce Panda.

Com a expansão do single, a banda passou o começo de 2004, começaram a fazer a primeira parte de bandas como os Art Brut, The Others e Bloc Party. No final do ano, lançam o single de "Strasbourg" e saem para a sua primeira digressão.

Em 2005 começam a produzir seu primeiro disco. Chamado "Capture/Release", a estreia da banda lembra o punk rock feito no final dos anos 70, mas também remete a artistas mais novos, como Strokes, Maximo Park e Libertines. Os singles Retreat e Work, Work, Work (Pub, Club, Sleep) chegaram às lojas um pouco antes do álbum, que foi lançado na metade de 2005 no Reino Unido. O disco sai nos Estados Unidos apenas em 2006, aproveitando a primeira digressão que a banda fez pelo país.

Ten New Messages, o segundo álbum dos Rakes, chegou às lojas em 2007 e a banda vem apresentá-lo ao público português. O registo conta com produção de Brendan Lynch, que também já trabalhou com os Primal Scream.

São a nova confirmação no cartaz do festival Heineken Paredes de Coura para a apresentação deste novo álbum. A banda sobe ao palco no dia 1 de Agosto.

Vamos aguardar com expectativa...



The Rakes - We Danced Together


A rádio em Portugal...



Sempre que entro no carro e ligo o rádio, faço a mesma pergunta a mim mesmo diáriamente: "O que se passa com a rádio em Portugal?"


Vou tentar falar de um modo geral para tentar não ferir susceptibilidades. Sei que poderá haver excepções em algumas rádios, principalmente pequenas rádios. Rádios sem "força" para chegar ao público em geral. Sei também que já as houve, mas que de um modo geral, não conseguiram subsistir sem entrar neste jogo viciado de músicas. Neste cd riscado que nos invade as nossas colunas diárimente. Sei que as coisas funcionam com fundos, os fundos vêm da publicidade e das editoras. Sei que há músicas que têm que passar x tempo por dia, várias vezes ao dia. Mas porquê? Porquê que terá que tocar as músicas do último Now? Porquê teremos simplesmente de deixar de ligar o rádio e ouvir as nossas playlists pessoais? Há tanta música, tantas bandas, tanta coisa que passa longe de muita gente... O ouvido educa-se. Porquê ir pelo caminho mais fácil? Porquê não ensinar as pessoas a consumir música com qualidade? Há rádios que têm programas com boa música, mas em tempo limitado, e no horário "menos nobre" possível. Penso que se deveria investir mais na qualidade e principalmente em horários mais ouvidos.

Porquê teremos que ouvir os Coldplay ou quaisquer outros 1000 seres semelhantes (sim porque os Coldplay até considero que têm qualidade) todo o dia? Porquê teremos que enjoar as músicas destas bandas? Porquê teremos que mudar de estação porque já não aguentamos "aquela" música, e coincidência (ou não) a mesma música está tocar na rádio vizinha? Porquê teremos que ter vómitos sempre que ouvimos o James Blunt(Oh Meu Deus dai-nos paciência!) com a sua música "you're beautiful"? Já para não falar na Vanessa da Mata e o seu amigo Ben Harper que ficam com a voz gasta de tanto tocarem nas rádios deste país. Sei que há pessoas que amam, que adoram, que fazem destas músicas verdadeiros hinos. Que vão no trânsito com o som no máximo, aos pulos no carro com o braço de fora a cantar o último hit dos "Black Eye Peas". Mas, por outro lado, sei que há aqueles que exigem bastante mais. Muito mais. Que não se limitam a "comer aquilo que lhes é servido". Que sabem que há mais música para além daquela que passa nas rádios. Que se interessam. Que pesquisam. Que vivem a música de outro modo. Um bem haja para todos os esses. É bom saber que não estamos sozinhos neste mundo.

A música é muito mais do que isto, e as rádios poderiam contribuir para isso.
O problema não é de agora, e sei que se manterá por muito mais tempo. Mas às vezes, convém pôr o dedo na ferida e, apesar de feio, apontar o dedo as coisas que julgamos que estão mal.

Acreditar que um dia poderá ser diferente. Acreditar é já um começo. Vamos pensar que um destes dias vamos ligar o rádio no trânsito e vamos ouvir música simplesmente diferente daquela que estamos habituados...

Apesar de tudo, considero que há coisas bem mais importantes a resolver neste país do que meramente as rádios. Antes todos os problemas fossem estes...

terça-feira, março 25

Sounds Like Violence...

É este o álbum de estreia dos suecos Sounds Like
Violence.
O vocalista Andreas Soderland transmite muita energia, muitas vezes chega a ser eléctrico.


Riffs energéticos de guitarra e das influências de nomes como Pixies conferem à banda um certo clima nostálgico. As duas primeiras faixas, "You Give Me Heartattacks" e "Cry, Oh Cry!", conprovam isso mesmo. Mas a minha preferida é "Glad i'm losing you". Som fantástico.

É essa mistura de post-punk com indie-rock, que pode levar esta banda a marcar esta época.

Sem dúvida, uma álbum a ter em conta. Grande estreia!


"Glad I'm Losing You"










"
You Give Me Heartattacks"


segunda-feira, março 24

Músicas da nossa vida...

A música interfere directamente em todos os momentos da nossa vida. Acompanha-nos nos piores e melhores momentos. Ora nos faz chorar, ora nos faz rir. Transmite-nos sensações únicas, capaz operar mudanças de humor repentinas. Já não consigo imaginar como seria a nossa vida sem música. Ela assume um papel de tal maneira importante, que passa a ser imprescendível na vida de cada ser humano. Ela tem a capacidade de nos fazer sonhar e navegar por sítios muito nossos. Sítios em que ninguém pode entrar e o desenrolar da história passa meramente por nós próprios. Tornamo-nos portanto, os realizadores dos nossos sonhos, bem ao estilo "hollywoodesco".

Costumamos associar certos momentos da nossa vida aos nossos sentidos. Eu, em particular, associo muito cheiros característicos e certas músicas aos melhores e piores momentos da minha vida. Corre lado a lado comigo desde que me lembro. Há portanto músicas que me vão lembrando as várias etapas do meu crescimento enquanto pessoa e ser humano neste mundo tão grande. O nosso mundo. Para mim há coisas que não conseguimos exprimir em palavras aquilo que sentimos. A música é uma delas.

Cada um tem as suas músicas preferidas, e só ele mesmo saberá porquê. Às vezes, simplesmente porque sim. Porque há aquele "clic". Entra no ouvido e nunca mais sai. Leva-nos para onde quisermos. Com a música não há barreiras, não há metas...há aquilo que considero mais importante na vida de todos nós, o sonhar. Haverá algo melhor que sonhar? Mesmo que seja acordado? Duvido. Já dizia alguém: "o sonho comanda a vida". Como o entendo.

De uma forma ou de outra, estarei sempre ligado à música. Há músicas que me acompanham agora e para sempre. Aquelas que me fazem esboçar um sorriso, mesmo nos piores dias da minha vida. Ficarão sempre comigo e só eu mesmo saberei o porquê.

Desde muito novo comecei a delinear o meu gosto musical, muito influenciado pela época em que nasci, e no meio onde fui crescendo. Comecei a ouvir música muito novo, e a ter o meu gosto pessoal. Em casa já escolhia o vinyl da colecção do meu pai que iria colocar no gira-discos. Por outro lado, lembro-me como se fosse ontem quando comprei o meu primeiro cd. A minha alegria...
Comecei por ouvir os êxitos dos anos 80, mas é inevitável dizer que vivi mais a música no rebentar do grunge. Encarnei a personagem que ouvia e vivia o grunge no inicio dos anos 90. Claro que os anos vão passando, e as modas também...mas as músicas não. Essas estarão sempre lá. Sempre que as ouvir, serão as "minhas" músicas.

Tento aqui, de uma forma muito geral, fazer um pequeno álbum de músicas entre as milhares que me fizeram crescer, e que me acompanham até aos dias de hoje. A tarefa não se torna de todo fácil, mas possível com um pequeno regresso ao passado. No entanto, apenas se trata de uma breve lista de músicas. A sua ordem das é completamente aleatória, como se de um "Shuffle" se tratasse.

Começo com um Senhor do Rock...o "Camaleão" do Rock...
Mr. David Bowie com o seu "Absolute Beginners". A simplicidade das palavras aliada a uma grande música. Divinal.

"Contando que tu ainda estejas a sorrir; não há nada mais que eu precise, eu absolutamente te amo; mas nós somos principiantes absolutos; Mas se o meu amor é o teu amor, teremos certeza do sucesso".




Seguidamente, vou falar daquela banda que me diz muito...talvez daquelas bandas que mais me identifique.
New Order, com o eterno "Ceremony". Esta música transporta-me para lugares longínquos e muito meus.



É talvez inevitável mencionar esta banda. Os
Pixies. Através dela, consegui conhecer outras mais e faz-me lembrar os meus 16 anos. As constantes saídas à noite para o sítio de sempre, OBatô. Funciona para mim como um pilar musical. O tema escolhido é o "Monkey gone to heaven".



Entre as centenas que recordo, outra banda que me faz recordar estes tempos são os
Flesh for Lulu. Para muitos uma banda desconhecida, mas para mim mais um alicerce da minha construção. A música é "Time & Space". Fantástica.



Não poderia também deixar de me recordar dos
Jesus and Mary Chain e tudo o a esta música está associado. Um grande hino ao Rock. "Darklands".



Porque adoro esta música, porque ela fala por si, porque faz parte de mim.
Joy Division - "Love will tear us apart".



Recordando os meus 15 anos, vem-me também esta música à cabeça. Um grande disco. Uma grande música. Smashing Pumpkins - "Mayonaise".



Este concerto é daquelas imagens que nos ficará para sempre na retina como se de uma tatuagem se tratasse. Um grande senhor da música, o "Herói" da minha geração. Kurt Cobain e os Nirvana. A música é um cover de David Bowie. Quem mais. "The man who sold the world".



Não menos importantes, e também presentes para sempre comigo, estarão os Pearl Jam. Marcam uma época da minha vida. Que grande voz, que grande personalidade, que grande banda. Pearl Jam - "Footsteps". Música brutal.



Aqui fica também um música que me diz muito. Uma das melhores bandas de sempre. Únicos. Radiohead - "Fake plastic trees".



Lembro-me do primeiro dia que ouvi este álbum. A partir desse dia nunca mais deixou de me acompanhar em todos os momentos. Agora e para sempre... Placebo - "Teenage Angst".



Esta banda faz-me lembrar o meu grupo de amigos de saída à noite com 16 anos. Óptima música, óptimos tempos. Para a prosperidade... Whipping Boy - "When we were young".



Porque me lembro de cantarolar esta música no chuveiro e de a ouvir em k7 no walkman. Grant Lee Buffalo - "Honey don´t think".



Dispensam apresentações. São daquelas bandas que nunca me irei cansar de ouvir. Esboço sempre aquele sorriso. The Cure - "In between days".



Porque me recorda imensas imagens da adolescência. Jane's Addiction - "Jane says".



Faz-me dançar, sorrir. Dá-me vontade de me divertir... Filter - "Take a picture"

domingo, março 23

"Control"...

Filme de uma banda sonora urbana




"Negro!"
"Austero!
"Convulsivo!"
"Hermético!"
"Cinzas!"

Este filme, aplaudido de pé em Cannes, retrata a ascensão e queda do génio Ian Curtis, mítico vocalista dos Joy Division. O realizador holandês Antoin Corbijn de 52 anos, ainda a dar os primeiros passos no cinema, já tinha relizado alguns dos vídeos dos Depeche Mode ou U2. Por outro lado, é um conhecido fotógrafo.

Corbijn afirmou que «não queria fazer um filme relacionado com a música porque me parecia previsível demais». «Mas também fui consciente da importância que as décadas de 60 e 80 tiveram na minha vida, e este filme é uma forma de encerrar esse círculo», concluiu.
Corbijn tentou mostrar essencialmente o sofrimento e a solidão de Curtis, que se suicidou em 1980 com apenas 23 anos. Diz-se que terá morrido depois de ver Stroszek, do realizador alemão Werner Herzog, e ao som de Iggy Pop. Escreveu uma frase simples: «Já não aguento mais». Depois, atou uma corda à volta do pescoço e deixou mulher e filha.

Ian sofria de epilepsia, e esta doença influenciou de diferentes formas a sua vida. Para além das nítidas emoções transmitidas pela sua lírica, ainda consumia grandes quantidades de medicamentos e mutilava o próprio corpo para poder sentir a dor. Esse sentimento que o acompanha até ao último dos seus dias.

O realizador escolheu o actor Sam Riley para encarnar Ian Curtis. Sam trabalhava numa loja de estampar t-shirts em Leeds quando foi contactado.
O actor tinha já experiência no mundo pós-punk britânico, protagonizando Mark E. Smith, dos The Fall, em 24 Party People (Michael Winterbottom, 2002).

Samantha Morton faz de mulher de Curtis. Representa o triângulo amoroso entre o músico, a esposa e uma namorada belga que conheceu em digressão.

Quanto à opinião dos outros elementos banda, agora New Order,
Corbjin assegurou que a reacção foi positiva: «eles raramente concordam nalguma coisa, mas todos adoraram o filme».

Aqui fica o trailler, para aqueles que não viram ainda o filme...






A banda que marcou gerações...Joy Division




Ian Curtis tinha um raro poder visionário. As suas letras e as suas actuações com os Joy Division, transmitiam diversas emoções, muitas vezes desesperadas e raivosas.
Eram quatro os elementos dos Joy Division: Ian Curtis, Bernard Summer, Stephen Morris e Peter Hook.
Ian era aquele que influenciava os quatro e os conduzia para territórios mais além.
Rápidamente nos esquecemos, uma vez que Manchester agora é uma cidade de renome musical internacional, que como os Joy Division estavam isolados na altura. Nesta altura, o meio de comunicação principal resumia-se à impressa que escrevia sobre música semanalmente. Sobreviveram através de muito sacrifício, trabalho e persistência. Durante os últimos seis meses de vida da banda, nascem os meios de comunicação dedicados à juventude. Aproveitando programas de actuações ao vivo, como Something Else, os Joy Division partem para uma actuação inesquecível de "She's Lost Control".

Não sendo uma banda punk, inspiravam-se no espírito e essência das mesmas. Entravam no inconsciente colectivo através da pop music. Os Joy Division não se limitavam a dar concertos. Conseguiam muito mais do que isso. Chegavam aonde outros não conseguiam.

Deborah Curtis foi a última pessoa a ver o marido com vida. Sempre apoiou o marido, mas foi sempre deixada para trás. Há situações arrepiantes na história do casal, como aquela em que na época em que Deborah estava grávida vai a um concerto dos Joy Division, e é impedida de entrar por alguém relacionado com a banda, que não a considera, naquele estado, suficientemente atraente para se juntar à banda. Começaram asssim as pequenas crueldades do mundo do espectáculo.


Com as exigência dos espectáculos, a doença de Ian, a epilepsia, ia-se agravando. As suas performances ao vivo, com braços agitados e dança frenética, espelhavam os ataques epilépticos que tinha em casa e que só os familiares assistiam. Cruelmente, ou não, as pessoas admiravam em Ian Curtis aquilo que o estava a conduzir à destruição.



Ficará para sempre a indiferença, o habitual cigarro, a cor preta, o corpo convulsivo, a voz inconfundível e enigmática...




Ian Kevin Curtis (15 de julho de 1956 — 18 de maio de 1980)




sábado, março 22

Concertos + Concertos...







Portishead - 26 de Março, Coliseu do Porto
27 de Março, Coliseu dos Recreios, Lisboa






The Editors - 2 de Abril, Campo Pequeno, Lisboa
3 de Abril, Coliseu do Porto





Gilberto Gil - 17 de Abril, Coliseu dos Recreios, Lisboa
9 de Abril, Coliseu do Porto






Nightwish - 18 de Abril, Coliseu do Porto
19 de Abril, Coliseu dos Recreios, Lisboa





Nick Cave & The Bad Seeds
- 21 de Abril, Coliseu dos Recreios, Lisboa

22 de Abril, Coliseu do Porto






Joe Satriani
- 30 de Abril, Coliseu dos Recreios, Lisboa

1 de Maio, Coliseu do Porto






30 Seconds To Mars
- 3 de Maio, Pavilhão Atlântico, Lisboa






Einsturzende Neubauten
- 3 de Maio, Casa da música, Porto

4 de Maio, Aula Magna, Lisboa





Diamanda Galás
- 8 de Maio, Casa da Música, Porto

10 de Maio, Aula Magna, Lisboa






Cat Power
- 26 de Maio, Coliseu dos Recreios, Lisboa

28 de Maio, Coliseu do Porto





Feist
- 10 de Junho, Coliseu do Porto

11 de Junho, Aula Magna, Lisboa




Festivais


SWR Metal Fest - Barroselas, 24/04 a 26/04
(Enslave, Regurgigate, Rotten Sound, FleshCrawl, Hirax, Carnal Forge, Skyforger, Urgehal, Inhumate, Saturnos, Prejudice, Kronos, The Stone, Propclamtion, Mar de Grises, Slit, Dawnrider, Namek, Undernoise, etc.)
www.swr-fest.com
Preço: 45€ (3 dias)


Rock In Rio - Lisboa, 30/05 e 31/05; 1, 5 e 6/06
(Lenny kravitz, Amy Winehouse, Bon Jovi, Alanis Morissette, Rod Stewart, Joss Stone, Tokyo Hotel, Metallica, Machine Head, Linkin Park, etc.)
www.http://rockinrio-lis-boa.sapo.pt/
Preço: 53€ por dia


Optimus Alive - Oeiras, 10, 11 e 12/07
(Rage Against The Machine, Neil Young, Ben Harper, The National, Spiritualized, Gogol Bordello, Cansei de Ser Sexy, Within Tempattion, Chris Cornell, The Gossip, Donavon Frankenreiter,etc.)
www.optimusalive.com
Preço: 45€ (1 dia) e 80€ (3 dias)


Super Rock Porto - Porto, 4 e 5/07
(James, ZZ Top, Jamiroquai, David Fonseca, Crowed House, Jorge Palma, Clã, Xutos e Pontapés com Orquestra Hot Club, etc.)
www.musicanocaracao.pt
Preço: 35€ (1 dia) e 60€ (2 dias)


Super Rock Lisboa - Lisboa, Parque Tejo, 9 e 10/07
(Iron Maiden, Avenged Sevenfold, Slayer, Digitalism, etc.)
www.musicanocoracao.pt
Preço: 40€ (1 dia) e 70€ (2 dias)


FMM Sines - Sines, de 17 a 26/07
(Beirut, Kasai All Stars, Bassekou Koyaté, Orchstra Baobab, etc.)
www.fmm.com.pt


Marés Vivas - Vila Nova de Gaia, de 17 a 19/07
(The prodigy, Peter Murphy, The Doors, The Cult,etc.)
www.maresvivas.com
preço: 15€ (1 dia) e 30€ (3dias)


Delta Tejo - Lisboa, 18 a 20/07
(Mariza, Patrice, Couple Of Coffee, Chiclete com Banada, etc.)
www.musicanocoracao.pt
preço: 25€ (1 dia) e 40€ (3 dias)


Paredes de Coura - Paredes de Coura, 31/07 a 3/08
(Sex Pistols, Primal Scream, Emir Kusturika & The No Smoking Orchestra, The Wombats, Mando Diao, The Rakes, Thievery Corporation, Two Gallants, etc.)
www.paredesdecoura.com
preço: 40€ (1 dia) e 60€ (4 dias)


Sudoeste - Zambujeira do Mar, 7 a 10/08
(Bjork, Moby, La Fura Del Baus, etc.)
www.musicanocoracao.com
preço: 40€ (1 dia) e 65€ (4 dias)

quarta-feira, março 19

O verdadeiro festivaleiro...



Sempre que o Verão se aproxima, começa o rodopio dos festivaleiros. As ofertas são diversas (um bem haja para todos aqueles que tornam isso possível) e as escolhas nem sempre passam pelo mesmo festival ou festivais. Sim, porque há os chamados peregrinos que rumam para todo o lado de mochila às costas para onde se possa ouvir boa música. Tentam portanto conciliar todas as datas com o tempo e o dinheiro disponíveis. Não se trata propriamente de umas férias baratas. Desenganem-se os mais leigos na matéria. As expectativas são sempre altas, principalmente se houver bandas de qualidade à mistura.
Os preparativos começam semanas antes. Procuraram-se as tendas guardadas desde os acampamentos da adolescência, que por norma, chegam ao local sem metade do material necessário (não me recordo de ver uma tenda completa...talvez tenha tido azar). Outro adereço a reter pelo festivaleiro comum é o saco-cama. Essa cama improvisada no meio do pó e das "agulhas" dos pinheiros. Há até aqueles que levam mantimentos, fogareiro, cadeiras, e tudo aquilo que a imaginação lhes sugere. Cenário idêntico a um domingo à tarde em plena praia de Leça durante esse mês tão característico, o mês de Agosto. Os verdadeiros festivaleiros também não dispensam a viola, para cantarolar as músicas dos seus ídolos e o famoso jambé. Esse instrumento que nos acompanha e nos embala noite dentro nos recintos do festival. Dormir, portanto, nem sempre se torna numa tarefa fácil. Mas o espírito é esse. São dias de festa, em que tudo o que são hábitos normais passam para segundo plano.
A óptima sensação de escolher um local ideal para montar as tendas durante a noite, e acharmos que encontramos a bela da "sombrinha", passa logo quando acordarmos todos suados ao sol, num forno de 40º, dentro de uma tenda a cheirar a mofo. As peripécias são muitas e ficam histórias para mais tarde recordar. O inesperado está sempre ao nosso lado e não nos larga nunca.
Tudo se torna complicado, até as coisas mais básicas como tomar um belo banho e ir ao wc. Sim, porque o espírito de rockeiro que não toma banho, já não existe nos dias de hoje. Tudo está mais moderno, e o Woodstock já lá foi.
O verdadeiro festivaleiro faz um penteado diferente para usar no festival, usa adereços que no dia a dia não usa, põe na cabeça os lencinhos dos patrocinadores, como se de um culto se tratasse. Não poderia deixar de mencionar as famosas fitinhas para o cabelo, que tudo o que é ser de festival as emprega com orgulho, muitas vezes brincando até com a moda.
Come-se tudo o que é comida de plástico e bebe-se a bebida fundamental em festival, a verdadeira cerveja.
São normalmente quatro ou cinco dias seguidos de muitos excessos, de noites mal dormidas, de muito pó engolido, mas, acima de tudo, muita diversão e boa música. Só quem por lá passa pode entender o verdadeiro espírito dos festivais de verão. Não se trata meramente de uma série de concertos, é muito mais do que isso...

Aguardamos com ansiedade mais um Verão repleto de festivais, cada vez com melhores cartazes.

O mote está lançado. Há que comparecer e entrar nesta diferente realidade...

quarta-feira, março 12

Rock & Roll memories...

Muito já foi dito acerca do Rock & Roll, mas ficará sempre muita coisa por dizer...





Este som nasce nos anos 50, e é descendente do blues americano. Era um som para minorias e banido pela alta sociedade americana. Enquanto Fats Domino em 1949, só com o primeiro single "The Fat Man" vendia mais de um milhão de cópias, Chucky Berry electrizava plateias com os seus famosos solos de guitarra. Por seu lado, Little Richard era responsável por êxitos eternos como Tutti Frutti e Long Tall Sally. Mas tratava-se apenas dos primeiros passos. Na 2º metade dos anos 50, e aproveitando as vibrações vindas do gueto negro, aparece um jovem que iria marcar a história do Rock & Roll. Uma voz potente, uma dança um tanto ao quanto desconcertante e sexy. Para surpresa de todos, era branco. O seu nome era Elvis Presley. Nascia assim o primeiro Rock Star do planeta, designado por muitos como Rei. Foi com ele que o Rock&Roll atinge com todo o vigor o público branco. Com toda a sua rebeldia e música poderosa consegue mudar comportamentos e influenciar gerações. Deste modo, os jovens encontraram maneira de se expressar.


Nos anos 60, o mundo entrava de vez na sociedade de consumo. A televisão ditava modas, e a guerra fria era a grande paranóia da altura. Os jovens queriam mudar o mundo, mas, em vez de armas, eles pegavam em guitarras. Em 1961, surgem na Califórnia os Beach Boys. Faziam sucesso com uma surf music que tinha um pé no "doo woop". Brian Wilson, o génio por trás do grupo, estava decidido a fazer um disco inteiro conceitual, e não apenas uma colagem de singles, como era costume na época. Então, fizeram Pet Sounds, um dos mais famosos álbuns da história do rock.Aparece também Bob Dylan, nos Estados Unidos, com um cruzamento entre o folk e o rock. Nas letras, engajamento político e poesia à mistura.Deste lado do Atlântico, na primeira metade da década, vinha a chamada invasão britânica, que tomou conta das paradas americanas. Grupos que, influenciados pela música negra americana, agora compunham as suas próprias canções, com refrão fácil, letras elaboradas e que agradavam em cheio ao público jovem, alvo da indústria fonográfica "Pós-Elvis". Daí, vieram The Kinks, Animals, The Who, The Faces, Rolling Stones e Beatles. Estes últimos, vindos de Liverpool, chegaram para sacudir o mundo. Criaram definitivamente a chamada cultura Pop e fizeram uma grande revolução na música. Nada seria como dantes. Ficaria para sempre o síndrome "Pós-Beatles".

Nessa mesma época, outra banda iria estabelecer novos padrões para o rock. Agora, com uma atitude mais rebelde e agressiva e com um som mais pesado, com raízes no blues: os Rolling Stones. Numa mera jogada de marketing, a banda de Mick Jagger era o oposto dos Beatles: nada de carinhos e sorrisos para a plateia, os Stones eram mais durões e encarnavam a rebeldia que se espera de uma banda de rock. Marcaram também esta geração.

Em 1965, surge na Califórnia um grupo chamado The Doors, liderado pelo génio alucinado de Jim Morrison. Nessa época, as drogas eram comuns no rock, e Morrison foi um voraz consumidor, que acabou por morrer de overdose, aos 27 anos, em Paris. Outro americano que também foi ao fundo nas drogas e morreu de overdose, aos 27 anos, foi o génio da guitarra Jimi Hendrix.Por esta altura, já o movimento hippie estava a todo o vapor, pregando a paz, o amor, as drogas e o sexo livre. Além de Jimi Hendrix, Janis Joplin era outro ícone desses jovens de cabelos compridos, que usavam as drogas para expandir a mente. O maior evento dessa geração foi o Festival de Woodstock, que, em 1969, reuniu milhares de jovens numa quinta para três dias de música. É em Woodstock que Crosby, Still, Nash and Young toca para mais de 400 mil pessoas. Era a estreia de Neil Young no grupo, que já estava na estrada com o seu folk desde o começo da década.

Já no final dos anos 60, em Nova Iorque surgia um movimento artístico que reunia actores, poetas, artistas plásticos e músicos, muitos deles gravitando em torno de Andy Warhol. E foi na Factory que surgiu uma das bandas que mais influenciaram o rock nos anos seguintes: os Velvet Underground. A banda conseguia juntar a poesia crua de Lou Reed, que falava de drogas, travestis e prostitutas, com arranjos experimentais e de vanguarda de John Cale.


Nos anos 70, o Rock trazia o glamour e o Punk Rock. Aparece o chamado rock progressivo, que tinha composições de até 15 minutos, muitas vezes aproximando-se da música erudita. Os músicos eram virtuosos, e o som, hilariante. A banda mais famosa dessa época foram os Pink Floyd, que, no começo, tinham como compositor e guitarrista o famoso Syd Barret, que logo foi afastado por causa das drogas. Os Pink Floyd ficaram famosos com álbuns como The Dark Side of The Moon e The Wall.

Numa onda mais progressiva e menos pop, estavam bandas como King Crimson, Emerson Lake and Palmer, Genesis, Yes e Love. Com um estilo completamente diferente, no qual tocar não era o mais importante, mas sim a atitude e a energia que colocavam na música, estavam os Stoogues de Iggy Pop, que já traziam a semente do punk. Iggy Pop era o anti-herói do rock: franzino e mal-encarado. Mal tratava a plateia e cortava-se todo no palco, ficando coberto de sangue. As drogas estavam lá, claro. E pesadas. A banda formou-se em 1967, em Michigan, e só gravou três álbuns. Surge também na década de 70, o chamado Heavy-Metal. Neste caso, as roupas de couro preto, e os cabelos compridos marcavam esta fase musical. Muitas bandas exploravam o tema do Satanismo, que movia uma série de adolescentes. Dessa fase surgem nomes como Black Sabbath, Ozzy Osbourne, Scorpions, Judas Priest, Iron Maiden, Alice Cooper, Kiss, AC/DC e muitos outros. Também nessa onda, mas com um pouco mais de poesia, navegavam os Led Zeppelin.

Por outro lado, surgia um rock mais glamuroso marcado pelas maquiagens e roupas de plumas. Era o chamado glam rock ou glitter. Aparece nesta fase aquele que viria a marcar gerações, designado por "camaleão" do rock, David Bowie. Lança em 1972 o eterno Ziggy Stardust que viraria uma lenda da música pop. Vários lhe seguem as pisadas. Roxy Music, Brian Ferry e Brian Eno, T-Rex, Marc Bolan, New York Dolls são alguns exemplos. Com base em três acordes, e num som pesado e rápido, surge aquela que é considerada a primeira banda punk da história, os Ramones. Em Inglaterra, em 1975, Malcom Maclaren, que já tinha sido empresário dos Dolls e era dono de uma loja de roupas, forma a banda que seria um dos maiores fenómenos da história do rock: os Sex Pistols. Estava criada a base do movimento punk. Logo, t-shirts rasgadas, alfinetes de segurança e cabelos coloridos eram a moda dos rebeldes londrinos. Os concertos dos Pistols eram uma loucura, assim como as performances do vocalista Jonnhy Rotten e do baixista Sid Vicious, que morreu de overdose, em Nova Iorque, aos 21 anos, acusado de assassinar a namorada Nancy Spungen. Com os Pistols, outras bandas punk aparecem. Dessas, a mais importante foram os The Clash, em 1976.

Da Alemanha, vem um som mais conceitual, uma mistura de música erudita com efeitos eletrónicos, experimentações. Eram os Kraftwerk, que podem ser considerados como os precursores da música eletrónica.


Chegam entretanto os anos 80. Uma época repleta de sucessos musicais eternizados. Essa geração vinha cheia de melancolia, com uma rebeldia mais triste, sombria e solitária. Nas letras surgia um lirismo que representava muito bem o sentimento dos jovens da época. Era o pós-punk. De Liverpool, vinham os Echo and The Bunnymen, e de Manchester, os Happy Mondays e os JoyDivision. Estes últimos com toda a tristeza do eterno vocalista Ian Curtis, que se enforca, aos 22 anos de idade. O resto da banda formariam os New Order. Darks e góticos também eram bem representados pelos Sister of Mercy, The Mission, The Cult e Bauhaus.


Ao contrário dos góticos,surgiam bandas que queriam fazer música divertida e para dançar. Era a new wave a chegar, com roupas coloridas, gel no cabelo e muita alegria, como os B’52 e os Talking Heads, de David Byrne. As três bandas mais famosas nos anos 80 foram os The Cure, The Smiths e U2. Os The Cure tinham aquele visual dark, só usavam roupa preta, batons escuros, maquiagem e penteados diferentes. Eram liderados por Robert Smith. The Smiths, considerada por muitos como a melhor banda dos 80's, apostava no lirismo das letras de Morrissey e nas guitarras de Jonnhy Marr. Os irlandeses U2, desde o começo traziam uma preocupação política nas letras como em Sunday Bloody Sunday.


Na Califórnia, os rapazes do Red Hot Chilli Pepers começam a dar os primeiros passos em 1989, com um som pesado, muitas vezes misturado com hip hop. O grande movimento da década viria de Seattle. Jovens que não ligavam ao visual, vestiam-se de calças rasgadas, camisas de flanela aos quadrados e faziam um som alternativo, em pequenos clubes da cidade. Nesta época, houve uma explosão de bandas de rock alternativo influenciadas por duas bandas fundamentais para a história da música: os Pixies e os Sonic Youth. O que parecia um movimento underground isolado vira, em pouco tempo, o mainstream, quando a pequena editora subpop lança, em 1989, o primeiro disco de uma banda que estava a começar. O disco era Bleach, e a banda eram os Nirvana. Em menos de dois anos, a banda liderada por Kurt Cobain sai de Seattle para o mundo e, em 1991, lançam o álbum mais importante da década: Nervermind. O disco que iria ficar para história. O grunge explode e vira moda e atitude para milhões de adolescentes. O movimento ainda tinha Pearl Jam, Mudhoney, Soundgarden e Alice in Chains, todas de Seattle. Só os Smashing Pumpkins eram de Chicago. Pronto, os anos 90 já tinha o seu som garantido e também o seu ídolo: Kurt Cobain. O seu romance com a cantora Courtney Love escrevia muitas páginas de revistas e as drogas tornam-se cada vez mais constantes. Seguindo o destino trágico da família (dois tios já se tinham matado), o ídolo de milhões de jovens resolve suicidar-se aos 27 anos com um tiro de espingarda. Era o fim do grunge.

Os anos 90 também abrigam o britpop, que vem da Inglaterra e abarca grupos bastante distintos, como os polémicos Oasis, os Blur, os Radiohead, os Pulp e os Suede. Da Escócia vêm dois nomes também muito importantes, são eles os Jesus and Mary Chain e os Primal Scream.
São talvez estes aqueles que são os pioneiros deste estilo tão característico. Ficarão também para sempre para a história.