quinta-feira, janeiro 29

Dizer adeus a algo que nunca chegou...


Que sensação mais estranha esta que me assola...sinto-me como que a dizer adeus a alguma coisa que nunca vi chegar? Como é que isto é possível? Hoje sinto que este pequeno capítulo se fechou e não me sinto nem com vontade nem com paciência para as pequenas futilidades da vida.

Esta vida é de facto muito incoerente e leva-nos a ver coisas que nos desagradam em completo. Este convite à alienação pode ser muito dúbio e estar presente por todos os cantos. Não nos faltam hipóteses de sermos fúteis, mas porquê enveredarmos por aí? Estou saturado de me desiludir com as pessoas enquanto seres humanos. As pessoas têm cada vez mais 2 caras, e apresentam-nos apenas aquela que lhes convém.

Para fugirmos desta mediocridade que assola a nossa sociedade precisamos de respirar coragem e determinação. Não sou o dono da razão, tenho imensos defeitos mas não, não me rendo a este efeito multiplicador de deixarmos de ser nós próprios.

Estou ciente que aconteça sempre o que acontecer, eu nunca vou deixar de ser adepto desse clube de pessoas com valores e respeitáveis. Não aquelas que dizem que os têm, mas apenas aquelas que provam tê-los. Essas sim terão sempre o meu mais respeito e admiração.

Sinto que terminei com pequenos fantasmas que me têm levado a divagar, terminando com sentimentos que nunca chegaram a existir. Se as pessoas pensam que somos todos iguais, estão redondamente enganadas e o futuro encarregar-se-há de lhes provar isso mesmo.

Sinto que tenho direito à diferença, manifestando-a de todas as suas formas...

Hoje e sempre serei sempre EU!

Assim termina mais uma pequena história de "Era uma vez..."



The Sundays - "Here's the story ends"

quarta-feira, janeiro 28

Instantaneamente a divagar pelo cérebro...


Como habitualmente, gosto de escrever sobre as coisas que instantaneamente invadem e cruzam o meu cérebro. Talvez esses pensamentos instantâneos sejas os mais verdadeiros e transmitam a verdadeira essência do ser humano. Não diria que sou uma pessoa desiquilibrada, mas diria que tenho pensamentos desiquilibrados e bastante ortodóxos.

Hoje passei o dia, no meu de tanto stress de trabalho, a divagar pelos pensamentos genuínos. Hoje estava com a nítida sensação que me apetecia voar, voar por entre as brumas e as tormentas que nos assolam nestes dias cinzentos.
Hoje queria fazer aquilo que normalmente não quero, queria olhar para aquilo que normalmente não olho, queria sentir tudo aquilo que raramente sinto...tendo a noção que se torna difícil entender esta dualidade de sentimentos, mas a verdade é que hoje eu queria estar onde não posso estar, queria estar com quem não posso e acima de tudo, queria ser Eu em pleno.

Eu próprio não consigo controlar estes sentimentos burocráticos que me assolam ao longo de um dia. No fundo penso que não queria controlá-los, quero olhar para as coisas e para as pessoas de uma forma mais directa e objectiva.

Acredito que passamos 1/3 da nossa vida a tentarmo-nos justificar perante nós próprios pelos nossos erros e pelos nossos sentimentos, deixando que as coisas se tornem pouco naturais. As coisas genuínas e transparente são aquelas que mais nos encantam. Disso não tenho qualquer tipo de dúvida.

Hoje queria deixar de lado a visão opaca da vida e olhar para as coisas e as pessoas de um modo mais transparente...



Nada Surf - Always Love

terça-feira, janeiro 20

Era uma vez um sonho...


Hoje tive um sonho. Não era um sonho qualquer, era algo que me transcendia e me fazia ter pensamentos por milésimos de segundo. Era uma sensação tão boa aquela que se apoderou do meu subconsciente, que me fazia percorrer caminho longínquos sem fim à vista, como se do horizonte se tratasse.

Como me sentia preenchido dalguma forma e encontrara por minutos tudo aquilo que tanto pretendia alcançar. A força feita para que esse sonho não terminasse era bastante e teimava em manter-me ali, naquele filme tão utópico que me encheria de tristeza se terminasse. Era como se tivesse consciência que tudo aquilo não era real, mas sentia-me impotente perante o deliciar do meu subconsciente. Estranha forma de sentir as coisas, esta dualidade.

Esta actividade paralela coordenada por conexões recíprocas entre vastas regiões do cérebro fez com que por momentos tudo aquilo me parecesse real. Porquê não poderia ser? Eu acredito que podia e é essa esperança que me faz pensar que vale a pena existir e tentar ir de encontro a tudo aquilo com que fui sonhando todos estes anos.

Muitas vezes da minha vida acho que sonho mesmo acordado, passo dias a sonhar sobre os meus sonhos, passe a redundância. Há dias e dias, e tenho a plena noção que nem todos os dias têm a capacidade de nos fazerem divagar. Há dias que simplesmente não acredito que os sonhos se possam tornar realidade, outros há que encarno esta personagem cheia de sonhos líricos e musicais.

Será que este sonho se pode tornar realidade? Secalhar nunca se irá transformar em realidade, mas enquanto sonho foi tudo aquilo que eu procurei e lutei para que acontecesse. Freud dizia que os nossos sonhos são uma defesa do sono. É uma história visual que se vive de noite e se conta de dia, é a oportunidade para sair da nossa realidade, da surda corrente subterrânea dos temas que nos assolam a mente, ganhando estatuto de consciência. Basicamente o sonho é o despertar de um sonho.

Este sonho de poesia musical e esta utopia preenche toda a minha essência e faz-me acreditar por momentos que um dia todos os nossos sonhos possam ser reais...

Será que tornará realidade?




Zero7 - In The Waiting Line

segunda-feira, janeiro 5

A menina que não acreditava nas estrelas...


Em tempos conheci uma menina que não acreditava nas estrelas. Não era daquelas pessoas que conhecemos todos os dias. Olhavamos para ela e sentiamos uma magia natural, algo nos dizia que por detrás daquele brilho evidente ao mais comum mortal estaria algo de muito mais valioso. Foi como que uma curiosidade suprema se apoderasse de nós e de repente nos apetecesse fazer imensas perguntas. Quem era, de onde vinha e para onde queria ir eram algumas das perguntas que de repente se cruzam na nossa mente. Estranha forma de olhar para alguém, mas na realidade há pessoas que nos conseguem despertar vontade de simplesmente conversar. Um bem haja para todas, e em especial para aquelas que de alguma forma fazem parte da nossa vida.

A primeira sensação que me envadiu foi a de surpresa. Como era possível alguém que poderia ser tão forte, mesmo que fosse buscar a força às coisas mais insignifcantes da vida, fosse uma "boneca de porcelana" tão frágil e com tantos medos? A sua fragilidade e insegurança provinham se um conjunto de factores que a vida lhe foi mostrando e com os quais nem sempre soube lidar da melhor forma. Sim todos temos medos, mas porquê aquela pessoa escondia tanto a sua caixinha de pandora por mais valiosa que ela fosse?

Pensei que fosse uma forma de se proteger, o que não deixa de ser verdade, mas havia algo mais. Havia um conjunto de medos, de desgostos, de desilusões com a vida e com as pessoas. A vida por vezes é demasiado madrasta com as melhores pessoas, mas não será para as ensinar a ser mais fortes? Não será uma dádiva podermos distinguir em alguma fase da nossa vida o bom do mau, o certo do errado, nem que tenhamos que sofrer em diversas situações? Não será que tudo isso nos torna tão fortes que já nada nem ninguém nos consegue magoar do mesmo modo?

Ela não acreditava no seu poder interior, apenas conseguia visualizar uma caixa pandora bonita exteriormente, mas que teimava em subvalorizar o que de mais preciso ela continha. Era exactamente esse valor que lhe daria toda a força que necessitava para enfrentar os problemas. Mas a menina teimava em ter falta de confiança em si, mesmo quando tinha seguido a sua linha condutora e tudo estava de acordo com a sua maneira de ser e com os seus valores...

A nítida sensação que nos fica é a de impotência para conseguir no imediato que a Menina que não acreditava nas estrelas acreditasse em si e em todo o seu valor. Temos por outro lado a certeza que irá encontrar a sua linha condutora, conseguindo mostrar a todos a sua tão bem guardada "caixinha de pandora" que teima em esconder. Esse dia chegará, e eu de longe irei acenar e sorrir, como que a felicitando por tal proeza ter conseguido. Todo o seu puzzle complicado de milhares de peças soltas dentro da sua cabeça se irá transformar numa única!

Essa menina irá conseguir ver para além da barreira que nos é criada pelas contigências da vida e conseguirá ver mais além por entre as coisas e as pessoas. A sua fragilidade irá-se desvanecer com o tempo e dará lugar à maturidade e à confiança. Irá ter a certeza que a felicidade é possível assim acreditemos. Tudo será tão rápido e imediato como simplesmente sentir que há coisas, pessoas e sentimentos com muito valor.

Penso que a história da menina que teimava em não acreditar nas estrelas não é mais que o reflexo da vida de alguns de nós em algum capítulo da nossa história. Resta-nos olhar para a vida de frente, erguer a cabeça, sentir o nosso instinto natural e gritar:

EU VOU SER FELIZ!





Sting - Fragile