segunda-feira, maio 25

O síndrome da idade...


A aproximação à casa dos 30 anos tem-me causado algumas sensações estranhas, confesso. Sempre que se aproxima a data do meu aniversário e não só, fico a pensar que os anos têm passado a um ritmo tal que já nem tenho a percepção da sua velocidade. Isso assusta-me de facto e deixa-me a pensar. A vida tem estes círculos normais, com um princípio e um fim, mas é sempre difícil aceitar que estamos a ficar velhos.

Tenho plena consciência que os 30 anos serão uma idade muito bonita, em que muitas pessoas dizem que se começa a viver, mas eu preferia não ter que sair mais daqui. Obviamente que a nossa vida vai criando as mutações normais necessárias e moldando-se a essa realidade, mas a verdade é que as responsabilidades aumentam em grande escala, e o ritmo da música é outro inevitavelmente.

Há vários factores que provam que estou definitivamente a ficar velho, um deles é a quantidade de amigos que já casaram ou estão prestes a casar. É assustador pensar nesses casos, quando me recordo apenas de ir a casamentos de familiares ou amigos dos pais até então. Ter uma sobrinha com 11 anos ajuda a nutrir esse sentimento. A vida progride a um ritmo tal que quando olhamos para trás apenas nos resta a saudade e a lembrança dos tempos passados.

Quando pensamos que a vida está a passar a ritmo acelarado, queremos viver tudo intensamente o que nem sempre se torna positivo para as nossas opções enquanto seres humanos. Acho curioso olhar para pessoas mais novas e relembrar que já passei todas aquelas fases das descobertas, medos e afirmações pelas quais estão agora a passar. É ainda mais curioso associar músicas, locais ou pessoas à "nossa fase", e isso sim é muito nostálgico e deixa-nos ainda mais cientes do como estamos a envelhecer a larga escala.

Acho curioso que a minha vida sempre foi uma fábula criada muito à minha maneira, em que eu sendo o realizador, tentei sempre instalar o meu próprio ritmo e viver de acordo com aqueles que seriam os valores nos quais eu acreditava. Hoje sou uma pessoa adulta, não vou dizer "velho", porque como diz o ditado e muito bem, "velhos são os trapos" ou simplesmente as coisas que não damos qualquer tipo de importância.

Tenho ainda muitos objectivos a cumprir na minha vida em todos os campos, e tenho a certeza que estou a envelhecer com uma certeza irrefutável, serei um eterno jovem para sempre, pelo menos de espírito. Essa jovialidade nunca nada nem ninguém me vai conseguir tirar. Deixo-vos com uma música que me faz lembrar a minha infância, e um vídeo que associo ao meu crescimento de criança para adulto, voltando aos inícios dos anos 80.

Tenho que concordar que saber envelhecer é sem dúvida uma arte...

Mens Without Hats - Safety Dance

2 comentários:

Xanitz disse...

ahah... fazes contas a vida e da nisto - hoje sai post nostalgico! Adoro! "peeeeensa mas nao esquenta!!!"

Ainda ontem estavamos em 1998 nao era? É assim mesmo como me disseste, passou tanto tempo e parece foi ontem - tudo na vida é assim: "vapt vupt"...

E eu conclui uma coisa com um minimo de credibilidade - Tu és artista!!! Em tudo na tua vida encontas arte... cotinua assim e contiuarás a ser grande Renatinho!!!

BjinhoZzZ

Anónimo disse...

"Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo poderia ser meu para sempre".
Um beijinho muito grande.