Sempre que o Verão se aproxima, começa o rodopio dos festivaleiros. As ofertas são diversas (um bem haja para todos aqueles que tornam isso possível) e as escolhas nem sempre passam pelo mesmo festival ou festivais. Sim, porque há os chamados peregrinos que rumam para todo o lado de mochila às costas para onde se possa ouvir boa música. Tentam portanto conciliar todas as datas com o tempo e o dinheiro disponíveis. Não se trata propriamente de umas férias baratas. Desenganem-se os mais leigos na matéria. As expectativas são sempre altas, principalmente se houver bandas de qualidade à mistura.
Os preparativos começam semanas antes. Procuraram-se as tendas guardadas desde os acampamentos da adolescência, que por norma, chegam ao local sem metade do material necessário (não me recordo de ver uma tenda completa...talvez tenha tido azar). Outro adereço a reter pelo festivaleiro comum é o saco-cama. Essa cama improvisada no meio do pó e das "agulhas" dos pinheiros. Há até aqueles que levam mantimentos, fogareiro, cadeiras, e tudo aquilo que a imaginação lhes sugere. Cenário idêntico a um domingo à tarde em plena praia de Leça durante esse mês tão característico, o mês de Agosto. Os verdadeiros festivaleiros também não dispensam a viola, para cantarolar as músicas dos seus ídolos e o famoso jambé. Esse instrumento que nos acompanha e nos embala noite dentro nos recintos do festival. Dormir, portanto, nem sempre se torna numa tarefa fácil. Mas o espírito é esse. São dias de festa, em que tudo o que são hábitos normais passam para segundo plano.
A óptima sensação de escolher um local ideal para montar as tendas durante a noite, e acharmos que encontramos a bela da "sombrinha", passa logo quando acordarmos todos suados ao sol, num forno de 40º, dentro de uma tenda a cheirar a mofo. As peripécias são muitas e ficam histórias para mais tarde recordar. O inesperado está sempre ao nosso lado e não nos larga nunca.
Tudo se torna complicado, até as coisas mais básicas como tomar um belo banho e ir ao wc. Sim, porque o espírito de rockeiro que não toma banho, já não existe nos dias de hoje. Tudo está mais moderno, e o Woodstock já lá foi.
O verdadeiro festivaleiro faz um penteado diferente para usar no festival, usa adereços que no dia a dia não usa, põe na cabeça os lencinhos dos patrocinadores, como se de um culto se tratasse. Não poderia deixar de mencionar as famosas fitinhas para o cabelo, que tudo o que é ser de festival as emprega com orgulho, muitas vezes brincando até com a moda.
Come-se tudo o que é comida de plástico e bebe-se a bebida fundamental em festival, a verdadeira cerveja.
São normalmente quatro ou cinco dias seguidos de muitos excessos, de noites mal dormidas, de muito pó engolido, mas, acima de tudo, muita diversão e boa música. Só quem por lá passa pode entender o verdadeiro espírito dos festivais de verão. Não se trata meramente de uma série de concertos, é muito mais do que isso...
Aguardamos com ansiedade mais um Verão repleto de festivais, cada vez com melhores cartazes.
O mote está lançado. Há que comparecer e entrar nesta diferente realidade...
2 comentários:
Festivais..o que seria do Verão sem eles? O que seria do Verão sem uma boa dose de musica para os ouvidos? Seja o Sudoeste, Vilar de Mouros (com fim marcado),Paredes de Coura, todos eles enchem o Verao com muitas cores!Eles e as fitinhas! :P lol
Só se vê é festivaleiros...
...que deviam levar festival...
...com as fitinhas á pseudo rasta-hippieman...
... esqueceste-te de mencionar o agradável cheirinho a alfazema que por lá se sente no ar...
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