terça-feira, abril 1

As modas...


Numa perspectiva muito global, parece-me que as modas já não são o que eram. Muita coisa foi evoluindo, e as modas também. Não sei se é por estar a ficar mais velho, se é meramente o saudosismo da minha adolescência a falar, mas a realidade é que acho que tudo agora é bem diferente.
Adoro a sensação de nostalgia que nos assola sempre que nos lembramos de quando eramos jovens e tínhamos sonhos. Recordo esses tempos com muita alegria. Sem dúvida dos melhores momentos da vida. Viviamos sem preocupações, e a vida parecia muito mais simples. Davamos importância a coisas menores, mas que faziam todo o sentido no nosso crescimento. Estavamos sempre a aprender, principalmente com os erros.
Eram tempos das primeiras descobertas, das novidades que a vida tinha reservada para nós. Olhando para trás, vejo o quanto era feliz à minha maneira. Como tudo fazia sentido e encaixava no sítio certo. O puzzle estava completo e montado.

Todos nós passamos por diversas fases, consoante as modas nos vão influenciando. Cada um seguia os seus passos, criava as suas próprias modas. Coisas que hoje em dia parecem ridículas, na altura faziam todo o sentido e vivíamos em função delas. E melhor de tudo, vivíamos felizes.

Compreendo que cada geração eleja a sua como melhor. Concerteza cada uma terá as suas vantagens, e desvantagens como em tudo. Mas, apesar de nas novas gerações ver coisas que evoluiram, bastantes até, vejo um conjunto de adolescentes que visualmente, me parecem todos muito iguais. Parecem saídos do mesmo molde. Regem-se pelas mesmas modas, agem todos da mesma maneira, têm todos os mesmo hábitos. Não há criatividade. Acredito que tenham evoluído em muitas coisas, que vivam as coisas mais cedo do que nós, que amadureçam mais cedo, mas falta-lhes algo. Algo que também é muito importante, a meu ver. O direito à diferença!

No nosso tempo de escola, haviam os grupos. As modas. Haviam os grupos dos "Metaleiros", dos "Rockabillies", dos "Góticos", dos "Betinhos", dos "Surfistas", "disto", "daquilo"... e agora o que há? São todos iguais...Será que pertencem todos ao mesmo grupo? Todos usam as mesmas marcas de roupa, o mesmo penteado, o mesmo estilo. Perdeu-se a magia do "todos diferentes, todos iguais"!
Era, sem dúvida alguma, muito mais saudável.

Recordo com saudades esses tempos. Essa concorrência saudável entre grupos. O aspecto visual era o que marcava a diferença entre todos. Depois vinha a música que ouviam, ou os hobbies que tinham. Não seria mais original? Penso que sim. A criatividade estava sempre presente em todos estes processos de crescimento.
Será que estão em vias de extinção os "Metaleiros", "os Góticos" e todos esses demais que preenchem o nosso imaginário?

Quando olho para fotografias, para além da saudade, penso como era possível ser regido pelas modas da altura. Mas na realidade era. Solto gargalhadas a recordar tais preciosidades. Mas naquela altura faziam todo o sentido. Sentia-me na moda, e não conseguia deixar de ser influenciado por ela. Não me lembrarei de todos os pormenores, mas lembro-me da maioria. Verdadeiros "tesourinhos deprimentes"!
Assim mais deprimente, lembro-me logo das calças elásticas. Como era possível usar aquelas calças...Se não fossem elásticas, teriam de ser super-hiper-apertadas. As marcas que já nem existem, acho eu, mas que não esquecemos mais. Entre elas a "Pacific Sud" e a "Uniform". Verdadeiras pérolas dos jovens de então.
Outro pormenor importante eram as "Dr. Martinez" ou as "Panama Jack", que conjugadas com as ditas calças, faziam de nós verdadeiros heróis de banda desenhada. O verdadeiro "Gato das botas". Por falar em calçado, não me posso esquecer das famosas "All Star", agora de novo na moda, mas um ícone dos anos 80 e inícios de 90.
Posso também falar dos blusões de penas, que faziam de nós autênticos bonecos da "Michelin", da marca do patinho, a "Duffy", salvo erro. Mas comum a todo o ser da altura.
A conjugação das duas camisas também foi uma fase interessante. Uma t-shirt branca, e duas camisas por cima. Que conjugação divinal!
As t-shirts pretas e a camisa de flanela na época do grunge, também me ficará para sempre na retina. São milhentas situações engraçadas, desde a roupa aos penteados...

Mas os tempos são outros, e a nós, resta-nos olhar para trás e sorrir. A nossa adolescência já passou e caminhamos para outras fase. Quem sabe daqui a uns anos também com umas histórias para contar...A vida é assim...ou como dizem os franceses, nessa língua tão "aportuguesada":

"C'est la Vie"!!...


2 comentários:

scorpia disse...

Loool!
Não te esqueças das city jeans, compradas no "Prados" em matosinhos e das saudosas levi`s 501...muito à frente!!!!

Keep up the good work!

Ai a nostalgia....

Bjinhos!

Xanitz disse...

Bons tempos... Podiamos parecer saidos do circo, mas faziamos moda! Sem duvida!
Eu sei que pintei e bordei enquanto tive idade pra isso... O puxar pela cabeça para fugir a normalidade (o que nao era nada facil), as horas perdidas a inventar coisinhas - nem q fosse 1 alfinete naquela manga, ou o lenço cor xpto no cabelo... - E a musica sempre ali, a ditar e a definir o que ia sair da "invenção".

Agora e diferente... talvez porque nao "estamos la" para "ver"... Da mesma forma que os nossos pais tinham na altura um modismo completamente aparte deste planeta... Cada geração, o seu modismo!
(mas continuo a achar que nao havia melhor que o "meu"!!! lol)


ps: se eu acabar com uma enorme depressao e agarrada ao armario com aquele olhar "volta passado, tas perdoado", culpa sua! Isto da nostalgia pega-se pa... credo!
muito bom este post, clap clap!