quarta-feira, maio 28

Bastidores da vida...

Quando expostos ao palco principal das nossas vidas, estou convencido que a maioria de nós apresenta uma aparente incapacidade de ser sempre verdadeiro e genuíno, da mesma maneira que o somos nos bastidores. Há diversos motivos para isso acontecer, entre os quais o medo inconsciente que todos nós teremos em sermos nós próprios perante os outros. Acredito que tudo seria mais simples, se todos nós não sentissemos a necessidade de por vezes nos contermos nas palavras e nos actos. O mundo seria bem melhor se todos fossemos genuínos nos diversos capítulos da história da nossa vida.

Porquê encarnamos personagens e nos moldamos às situações? Gostava que as personagens não fossem pensadas nem criadas, de modo a trazer uma maior espontaneidade aos nossos actos e principalmente às nossas palavras. No cinema as histórias verídicas têm sempre um sabor diferente do que os filmes imaginados, por mais interessantes que até possam ser à primeira vista. Esta dupla personalidade que assumimos, faz de nós pessoas menos genuínas, sem dúvida. Bem sei que é muito complicado ser demasiado sincero com todas as pessoas, porque isso pode-nos trazer alguns dissabores, mas a magia da a vida é essa mesma.

Acredito plenamente que, apesar de termos que saber guardar trunfos pessoais para as alturas certas, só teríamos vantagens em sermos verdadeiros com os outros, e acima de tudo connosco próprios.
Vamos transportar para o palco principal as emoções que vivemos na intimidade dos bastidores da nossa vida...




Rodrigo Leão with Beth Gibbons - "Lonely Carousel"

9 comentários:

Anónimo disse...

Como te entendo...!
E tu sabes bem!!
São jogos que a vida nos obriga a ter, mesmo não sabendo as regras!

Beijao amigo,
RL

scorpia disse...

Devo confessar que esta é uma minhas das cenas deste filme que mais gosto...;)

Quanto ao ser verdadeiro e genuíno, como li uma vez num Cartoon de Miguel, da antiguinha Público Magazine:

"Eu queria ser bom e verdadeiro
Viver muito tempo...
Um dia morrer e ir para o céu.

Mas desde que morreu o Kurt Cobain..."
(ok, hoje em dia podemos referir outra pessoa, mas em 1994 isto fazia todo o sentido para a minha cabeça de adolescente)
"...Estou convencido que são sempre os melhores que vão primeiro.
Por isso, a solução para viver mais ou menos tempo, é ser mais ou menos bom, mais ou menos verdadeiro, mais ou menos transigente...
...Para acabar mais ou menos no céu."

E é verdade...o segredo está nas dosagens, a meu ver, que por vezes não conseguimos controlar...ser sempre bonzinho e verdadeiro é uma seca...
Por isso não te preocupes...rub away your worries!

:)) Bjinhooos

Anónimo disse...

Olá :)
Aposto que “tocaste na frida” a muita gente.
A vida é muito complicada. Mais para uns do que para outros…
Somos pessoas. Está tudo dito…
A genuinidade é uma virtude que também previligio…
Às vezes damo-nos mal por sermos genuínos…os anos vão-nos roubando, não necessariamente a genuinidade, mas pelo menos a ingenuidade.
Estou certa de que este é um processo constante de aprendizagem ao logo da vida, e nada nem ninguém nos poupará de umas quantas decepções e desilusões…
Não deixa de ser irónico o nosso percurso neste mundo…Quando somos mais novos queremos crescer para poder decidir e participar no mundo dos adultos, sem que ninguém interfira, mas, assim que crescemos e entramos na vida adulta, acabamos por perceber a nossa fragilidade…Razão-Emoção…
Desejo que ainda encontres muita genuinidade e que os bastidores da vida te sirvam de palco para que consigas ter a coragem de ser genuíno!
Beijinho. Fica bem ;)

Anónimo disse...

Belo, belíssimo...
O post,a música,a cena do filme.
Esta cena é das declarações mais deliciosas q vi até hoje. Sorrimos, choramos, surpreendemo-nos, rimos - tudo ao mmo tempo: é uma explosão de emoções. Outra cena potente deste filme é qdo se descobre q o "video de casamento" não é mais do q gdes planos - lindíssimos - da keira.
A música - tive o previlégio de a ouvir ao vivo, qdo esta Senhora foi convidada especial do Rodrigo Leão; um concerto mto potente, fiquei a "pairar". Como o dos Portishead, há um mês e uns dias atrás, mas mto diferente.
Do texto, mto bonito, apenas faço um comentário mto simples - o que importa é ser feliz!
Como já disseste uma vez, com a ajuda espectacular dos Strokes: só vivemos uma vez!
Beijinhos
Pon

Anónimo disse...

Quem disse, há uns "posts" atrás que não estava apaixonado??!!
Hummm...ainda tens uns meses para "seres genuíno". Afinal,no Natal diz-se sempre a verdade!
;)

Anónimo disse...

Oh meu amigo, o nível deste blog está a ficar elevadíssmo! Estás a habituar-nos mesmo, mesmo mal :)
Hoje cheguei tarde, e...quando pensei comentar, descubri que já tudo estava dito! Portanto apenas quero dizer...LIIIIIIINNNNDOOOO!!!!
Hmmmm...apenas uma curiosidade?!
O que deu origem a este post, o clip ou o texto?! É que isso faz toda a diferença...
Vá lá rapaz, partilha com o grupo!!! :)))

Beijocas

Anónimo disse...

Realmente seria bem mais fácil se fizessemos tudo aquilo que nos dá vontade...sem medo das atitudes nem do que possam pensar...afinal já n tinha nada a perder,ou sim ou n..tão simples quanto isto!!!
Mas a vida é assim,tentamos ir pelos bastidores pra n sermos o centro das atenções,tentamos ser genuínos mas ás vezes de nada serve...afinal só as personagens é que têm sorte...são aplaudidas e louvadas pela mentira k transparecem!!!
Perante isto só nos resta seguir em frente,correr a cortina do palco e pensarmos pra nós mesmos:vou ser feliz!!!
Desejo te o melhor Renato,fica bem:-))))
BEIJINHOS

anonimo disse...

Ao ler um texto como este é impossível resistir a tentação de não o comentar, o teu ponto de vista é muito bonito mas quando dizes que o mundo seria mais fácil se vivermos conforme o que acreditamos, não concordo… Quando vives conforme o que acreditas e desejas é mais difícil porque não estas a ter em conta os “sentimentos e vontades” de terceiros e por vezes para fazeres o que realmente acreditas que é bom para ti causas tristeza, e sentires que és o “causador” dessa tristeza não é uma sensação simpática…Claro que esta sensação é totalmente compensada pelo prazer que sentes ao viver a vida conforme o que acreditas e pensar que fiz da minha vida o que queria e não o que era programado. Mas para viver assim é necessário um ser egoísmo e pensar que a tua felicidade pode compensar um pouco a tristeza que provocas a viver como queres. Mas não deixa de ser verdade que se as pessoas fossem mais sinceras consigo mesmas seriam mais felizes e o mundo um sitio ainda mais bonito…

Os maiores cumprimentos pelo teu blog.

Anónimo disse...

http://www.youtube.com/watch?v=RQTUCIU8nVQ